O filme retrata a saga do jornalista que denunciou a sua maneira, a impossibilidade de existência de vida inteligente no pensamento dominante. Foi combativo, lúcido e irreverente. Um simples exercício de escolha entre os múltiplos Francis que se espalharam, entre as pessoas que circulavam ao seu redor. O jornalista de sucesso, o escritor angustiado, o trotskista desencantado, o amante de Wagner e das marchinhas de Carnaval.
O documentário se debruça também sobre o embate final de Francis. Em 1996, quando suas intervenções intempestivas movimentavam o programa Manhattan Connection (GNT), ele declarou que a diretoria da Petrobras formava "uma quadrilha" e tinha "contas na Suíça". A leviandade motivou uma ação judicial do então presidente da estatal, Joel Rennó, e outros seis diretores.
Para pessoas próximas ouvidas em Caro Francis, como a viúva Sonia Nolasco, o estresse desencadeado pelo processo contribuiu para o ataque cardíaco que o levaria à morte, aos 66 anos. Ele estava no auge da carreira. E, havia um bom tempo, já tinha extrapolado a condição de jornalista. Paulo Francis convertera-se em um personagem da cultura brasileira, tão fundamental quanto divisivo: ou se era contra ou a favor de suas posições. O documentário é uma oportunidade de se deliciar de novo com sua acidez.
Ficha Técnica:
Diretor: Nelson Hoineff
Produção: Natália da Luz, Daniel Maia
Roteiro: Nelson Hoineff
Fotografia: Guilherme Süssekind
Duração: 95 min.
Ano: 2009
País: Brasil
Gênero: Documentário
Cor: Colorido
Distribuidora: Imovision
Classificação: Livre
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