quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Rússia condena banda punk a dois anos de prisão por vandalismo

A Justiça da Rússia condenou nesta sexta-feira as três integrantes da banda punk Pussy Riot a dois anos de prisão por vandalismo motivado por ódio religioso por fazerem um protesto contra o governo na principal catedral de Moscou.

Nadezhda Tolokonnikova, de 22 anos, Marina Alyokhina, de 24, e Yekaterina Samutsevich, de 30, disseram que estavam protestando contra as relações próximas entre Putin e a Igreja ortodoxa russa e não tinham a intenção de ofender os fiéis.

As acusadas "Tolokonnikova, Samutsevich and Alyokhina cometeram um ato de vandalismo, uma grave violação da ordem pública, mostrando evidente desrespeito pela sociedade", disse a juíza, alegando que o breve protesto foi baseado em "motivos de ódio religioso e inimizade".
As três jovens mulheres, algemadas, permaneciam sentadas em silêncio em uma cela de vidro no tribunal e de vez em quando sorriam ou davam risadas uma para a outra enquanto a autoridade lia o veredicto.
Centenas de pessoas do lado de fora cantavam "Liberdade" e "Rússia sem Putin!", e a polícia deteve diversos ativistas, incluindo líderes da oposição.
"Nosso aprisionamento é um claro e distinto sinal de que a liberdade do país inteiro está sendo tirada", disse Tolokonnikova em uma carta escrita na prisão e colocada na Internet por seu advogado Mark Feigin antes do veredicto desta sexta-feira.



MÚSICA
O Pussy Riot decidiu realizar o protesto na catedral depois que o patriarca ortodoxo russo, Kirill, pedisse voto para Putin às vésperas das eleições presidenciais de março, um fato que indignou não somente as integrantes do grupo, mas toda a oposição.
Durante o julgamento, uma das jovens chegou a afirmar que se trata de um processo político e que se tivessem cantado "Madre de Dios, protege a Putin" não estariam diante dos tribunais.

Durante sua recente apresentação em Moscou, a cantora Madonna, que chegou a usar o gorro característico do Pussy Riot, também pediu abertamente a libertação das três integrantes. Na ocasião, Madonna ainda apareceu como o nome do grupo escrito em suas costas.
"Vladimir Putin deve perdoá-las como artistas, como mulheres e como mães. Elas devem ser libertadas", afirmou a cantora americana ao jornal "Kommersant".

Anteriormente, o grupo americano Red Hot Chilli Peppers também prestou apoio às jovens durante um show na capital russa, campanha que foi imediatamente seguida por Paul McCartney, Sting, Peter Gabriel, The Who e Bjork, entre outros.
Atos públicos em apoio ao grupo punk russo foram realizados em diversas cidades de todo o mundo. Amanhã, nas imediações do tribunal Jamovniki de Moscou, líderes e partidários da oposição não parlamentar russa também se reunirão para uma grande manifestação.

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